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Feelings (ou algo do género)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Tarde na noite



De que me serve agora reinventar as palavras?
dar um novo sentido aquilo que foi dito?
Nada vai mudar.
O veneno das palavras que trocamos continua lá
assim como as feridas, a dor e a ausência.
Erguem-se muros em meu redor, paredes de fumo.
A saudade de outro corpo junto a mim.
Nada vai mudar.
O tempo dos sonhos acabou. Resta a dor,
as horas vazias e a memória do que foi.

Passos ecoam nos degraus cansados desta casa
sombras ardem nas paredes vazias
nada há aqui daquilo que fomos
apenas estilhaços de memórias.
Nada vai mudar.


Erguem-se castelos nas memórias que guardo,
templos - onde se veneram as imagens do passado,
onde se guardam as ilusões de outro tempo.
Ilusões que o tempo se encarregou de destruir.
Agora é tarde de mais.
Tarde para recomeçar. Estou ferido... e estou só.
Nada vai mudar.


Não será Inverno ainda mas já sopra um vento frio
que tudo varre, que leva para longe
o eco desses passos e o perfume de flores imaginadas.
Uma voz que me murmura ao ouvido:
"Olá, amo-te, dá-me a mão
e entra comigo no doce aconchego da noite..."

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