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Feelings (ou algo do género)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Para ...

«Só o amor constrói», era uma das tuas frases preferidas. Outra era: «já ninguém morre por amor» ou «já não há românticos».
Dizias que o amor, «o amor verdadeiro raramente aparece, poucos são aqueles que tem a sorte de o encontrar uma vez na vida», e tu procuraste o teu. Vezes sem conta, em braços e corpos tão diferentes, e nunca paraste para olhar para mim, que estava ao teu lado, todos os dias, sempre que precisaste.

Uma vez, há já algum tempo, um amigo comum tinha acabado uma longa relação e dizia odiar a antiga companheira e tu disseste-me uma coisa de que eu nunca me esqueci.
«As pessoas confundem tudo. O ódio não é o contrário do amor, é apenas outra forma de amor. Diferente, dolorosa, distorcida e venenosa mas uma forma de amor. Se odeias é porque ainda tens sentimentos em relação a essa pessoa. Por norma quem odeia, na verdade o que sente é um amor não correspondido ou que por um qualquer motivo se recusa aceitar estar a sentir.
O contrário do amor é, e eu sei por experiencia própria, a indiferença. Sentir algo por alguém que nos ignora… que não sabe nem quer saber da nossa existência…
Acredita em mim, isso é o contrário do amor»

Agora falas de como não encontraste o verdadeiro amor, de como jogaste e perdeste. Agora que os dias estão a acabar. Que o corpo cansado se recusa a avançar. Há mais do que tristeza na tua voz. Mais do que uma fúria incontida. E eu não consigo identificar isso…

Ganhei coragem para te perguntar porquê? Porque é que nestes anos todos nunca me deste uma hipótese? E tu sorriste. Sorriste simplesmente e disseste: «eras o meu melhor amigo. Ainda és. Não te quis perder. Se houve uma coisa que aprendi às minhas custas foi que todas as relações têm um prazo de validade e quando acabam não fica nada, só ruínas… por isso quando amas não te podes entregar por inteiro, nunca. Ou depois é impossível reergueres-te…e tu sempre foste importante para mim, o companheiro, o amigo, e eu não te queria perder e não me podia entregar por inteiro, nem a ti nem a ninguém. Por medo, pelo que fosse…

Amanhã ou depois o tempo vai acabar para ti. Todos o sabemos… tu melhor que ninguém.
E quando tiver acabado vou ficar aqui, sem ti. Destruído por um amor que nunca quiseste aceitar. E já consigo sentir o meu mundo a desabar, a ruir…

«Só o amor constrói», era a tua frase preferida.
Só o amor constrói, e destruíste-te em busca desse amor que nunca alcançaste. E destruíste quem te amou nesse percurso…

Só o amor constrói? Talvez sim mas, por vezes, destrói mais do que se pode suspeitar…

3 comentários:

marcelo disse...

só o amor constroi mas por vezes destroi mais do que se pode suspeitar...

essa, meu caro amigo, foi profunda

mas se numa relação nunca te entregares por inteiro nunca serás verdadeiramente feliz... e nunca poderás dizer verdadeiramente que amasste completamente.

X disse...

Só o amor constroi mas por vezes destrói mais do que se pode suspeitar...

São frases destas ao mesmo tempo simples e cheias de significado que definem os grandes escritores.

Tenho de passar mais vezes neste blogue.

euzinha disse...

O que vale é que mesmo estando longe vai havendo estas coisas que ajudam a matar as saudades...
Continuas em grande estilo...
Beijo grande