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Feelings (ou algo do género)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

ANJO (2)

De longe ergeu-se uma voz

e todos os sonhos morreram.


Do fundo do tempo perdeu-se a luz -

quando os homens mataram deuses e anjos

e esqueceram o dívino poder das estrelas

que tece o destino dos homens

no infindável correr do tempo.


Por isso gosto da noite:

lembra-me tudo aquilo que perdemos

por deixar de acreditar.


De noite vagueio por jardins esquecidos

entre estátuas de vidro e flores sem perfume.

Só aqui, no silêncio sombrio, posso ver as estrelas

e lembrar-me que existes ainda - embora longe.

Do fundo da nooite ergue-se um choro,

um lamento ou um suspiro

e todos os desejos voltam - voltam os medos primitivos.


Se a madrugada vier, com a sua luz débil

morna e sedutora - ficarei um pouco mais,

depois partirei, com a última estrela.

Mas estarei por perto velando por ti...










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