De longe ergeu-se uma voz
e todos os sonhos morreram.
Do fundo do tempo perdeu-se a luz -
quando os homens mataram deuses e anjos
e esqueceram o dívino poder das estrelas
que tece o destino dos homens
no infindável correr do tempo.
Por isso gosto da noite:
lembra-me tudo aquilo que perdemos
por deixar de acreditar.
De noite vagueio por jardins esquecidos
entre estátuas de vidro e flores sem perfume.
Só aqui, no silêncio sombrio, posso ver as estrelas
e lembrar-me que existes ainda - embora longe.
Do fundo da nooite ergue-se um choro,
um lamento ou um suspiro
e todos os desejos voltam - voltam os medos primitivos.
Se a madrugada vier, com a sua luz débil
morna e sedutora - ficarei um pouco mais,
depois partirei, com a última estrela.
Mas estarei por perto velando por ti...
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