(I)
Não voltes atrás
porque sabes que já não há regresso possível.
Acabou o tempo dos sonhos.
As ilusões esfumaram-se no ar
como os cigarros que pareces devorar...
É de noite que a dor se torna mais terrível.
Que o medo, os pesadelos e a solidão te assaltam.
Não desesperes - a madrugada há-de chegar
e a sua luz clara afastará os medos...
Até à próxima noite...
(II)
Uma luz difusa atravessa a janela.
Uma luz que ilumina o quarto -
a mesa onde se amontoam livros e papeis -
e a cama onde dormes.
O teu cabelo brilha com a luz de mil chamas
ou como um sol uma estrela um incêndio...
(III)
Sentes na alma o peso da solidão
a sombra que te apaga o sorriso
a febre que não te deixa dormir...
Em tempos foste fonte de riso e de alegria
um rosto amigo, um recanto
um porto de abrigo contra a crueldade do mundo
que pensávamos nunca te iria tocar.
Mas tocou...
Tocou-te e marcou-te
deixou-te na alma um vazio impossível de preencher
apagou os risos e a alegria
a luz no teu olhar...
Feelings (ou algo do género)
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Dispersos e incompletos
Publicada por Mr. Nonsense à(s) 04:09 0 comentários
Etiquetas: POEMA
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio - Lord Byron
George Gordon Byron, 6º Barão Byron (22/02/1788 - 19/04/1824) mais conhecido como Lorde Byron, foi um destacado poeta britânico e uma das figuras mais influentes do Romantismo.
Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio
Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.
Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie a terra aos ossos meus
Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os teus.
Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora e;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?
Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que te abraça,
E festeje com o morto e a própria rima tente.
E por que não? Se as frontes geram tal tristeza
Através da existência - curto dia -
Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia.
Publicada por Mr. Nonsense à(s) 01:50 0 comentários
Etiquetas: Lord Byron