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Feelings (ou algo do género)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sempre ouvi dizer: "De pequenino se torce o pepino"

Ou neste caso se seca a garrafa...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

sangue no asfalto

Atravesso a azul noite da solidão
Envolto em ténues irradiações de pura emoção
Corpos desprendem gemidos mutilados
Em excêntricas posições espalhados
Pedaços de chapa
Vidros escacados
E um mundo de sensações
Medo, horror
Fundem-se num sensual cheiro a morte e dor
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto
Percorro ansioso os destroços no alcatrão
Abrasado em palpitações de pura paixão
Segurando um crâneo já estilhaçado,
No escuro de dois chorões agachado,
Nutre-se de miolos o deus desnudado
Solto algumas imprecações contra o ladrão
E procuro outra azul noite - solidão
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto
Atravesso a azul noite da solidão
Envolto em ténues irradiações de pura emoção
Corpos desprendem gemidos mutilados
Em excêntricas posições espalhados
Pedaços de chapa
Vidros escacados
E um mundo de sensações
Medo, horror
Fundem-se num sensual cheiro a morte e dor
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Velho e o Punk

Esta já é velhinha. Mas tem a sua piada.

O Velho e o Punk



Num autocarro, um velho senta-se num banco bem em frente a um Punk de cabelos compridos,
com madeixas verdes, azuis, rosa , amarelas e vermelhas.
O velho fica a olhar para o Punk e o Punk a olhar para o velho.
O Punk vai ficando nervoso, até àao momento em que não aguenta mais e pergunta ao velho:
- O que foi avôzinho? Nunca fez nada diferente quando era jovem?
O velho responde:
- Sim, eu fiz ! Quando era muito jovem, fiz sexo com uma arara.
E agora estou aqui a pensar: 'Será que este cabrão é meu filho? '

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

PENSAMENO DO DIA

«Que adianta a beleza interior, se a pila não tem olhos ?»


Esta é PROFUNDA!!!!!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Pergunto eu:
"Será que eles queriam mesmo dizer isto? Deve ser gralha, ou então o Sr. Eng. era um bom F**** da P***" o que explicava alguma coisa nesta nota.


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A mulher entra num restaurante e encontra o marido com outra:
- Pode me explicar o que é isto??
E ele responde:
- Só pode ser azar!!!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Pesquisa científica

   Um estudo recente conduzido pela Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra mostrou que cada português caminha em média 1.440 km ao ano.
Outro estudo feito por uma Associação Médica mostrou que cada
português consome, em média, 86 litros de cerveja ao ano.
A conclusão é animadora: o português faz 16,75 km por litro.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

SÉRGIO GODINHO

E um pouco de música portuguesa?

O GRANDE SÉRGIO GODINHO.


Balada da Rita



Disseram-me um dia, Rita (põe-te em guarda)
aviso-te, a vida é dura (põe-te em guarda)
cerra os dois punhos e andou (põe-te em guarda)
e eu disse adeus à desdita
e lancei mãos à aventura
e ainda aqui está quem falou

Galguei caminhos-de-ferro (põe-te em guarda)
palmilhei ruas à fome (põe-te em guarda)
dormi em bancos à chuva (põe-te em guarda)
e a solidão, não erro
se ao chamá-la, o seu nome
me vai que nem uma luva

Andei com homens de faca (põe-te em guarda)
vivi com homens safados (põe-te em guarda)
morei com homens de briga (põe-te em guarda)
uns acabaram de maca
e outros ainda mais deitados
o coveiro que o diga

O coveiro que o diga
quantas vezes se apoiou na enxada
e o coração que o conte
quantas vezes já bateu para nada

E um dia de tanto andar (põe-te em guarda)
eu vi-me exausta e exangue (põe-te em guarda)
entre um berço e um caixão (põe-te em guarda)
mas quem tratou de me amar
soube estancar o meu sangue
e soube erguer-me do chão

Veio a fama e veio a glória (põe-te em guarda)
passearam-me de ombro em ombro (põe-te em guarda)
encheram-me de flores o quarto (põe-te em guarda)
mas é sempre a mesma história
depois do primeiro assombro
logo o corpo fica farto

O coveiro que o diga
quantas vezes se apoiou na enxada
e o coração que o conte
quantas vezes já bateu para nada


Espalhem a noticia




Espalhem a notícia
do mistério da delícia
desse ventre
espalhem a notícia do que é quente
e se parece
com o que é firme e com o que é vago
esse ventre que eu afago
que eu bebia de um só trago
se pudesse

Divulguem o encanto
do ventre de que canto
que hoje toco
a pele onde à tardinha desemboco
tão cansado
esse ventre vagabundo
que foi rente e foi fecundo
que eu bebia até ao fundo
saciado

Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher

A terra tremeu ontem
não mais do que anteontem
pressenti-o
o ventre de que falo como um rio
transbordou
e o tremor que anunciava
era fogo e era lava
era a terra que abalava
no que sou

Depois de entre os escombros
ergueram-se dois ombros
num murmúrio
e o sol como é costume foi um augúrio
de bonança
sãos e salvos felizmente
e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente
uma criança

Falei-vos desse ventre
quem quiser que acrescente
da sua lavra
que a bom entendedor meia palavra
basta é só
adivinhar o que há mais
os segredos dos locais
que no fundo são iguais
em todos nós


Lisboa que amanhece



Cansados vão os corpos para casa
dos ritmos imitados de outra dança
a noite finge ser
ainda uma criança
de olhos na lua
com a sua
cegueira da razão e do desejo

A noite é cega e as sombras de Lisboa
são da cidade branca a escura face
Lisboa é mãe solteira
amou como se fosse
a mais indefesa
princesa
que as trevas algum dia coroaram

Não sei se dura sempre esse teu beijo
ou apenas o que resta desta noite
o vento enfim parou
já mal o vejo
por sobre o Tejo
e já tudo pode ser tudo aquilo que parece
na Lisboa que amanhece

O Tejo que reflecte o dia à solta
à noite é prisioneiro dos olhares
ao cais dos miradouros
vão chegando dos bares
os navegantes
amantes
das teias que o amor e o fumo tecem

E o Necas que julgou que era cantora
que as dádivas da noite são eternas
mal chega a madrugada
tem que rapar as pernas
para que o dia não traia
Dietrichs que não foram nem Marlenes

Não sei se dura sempre esse teu beijo ...

Em sonhos, é sabido, não se morre
aliás essa é a única vantagem
de, após o vão trabalho
o povo ir de viagem
ao sono fundo
fecundo
em glórias e terrores e venturas

E ai de quem acorda estremunhado
espreitando pela fresta a ver se é dia
a esse as ansiedades
ditam sentenças friamente ao ouvido
ruído
que a noite, a seu costume, transfigura

Não sei se dura sempre esse teu beijo ..


Ouro Preto



Ouro Preto foi na nuvem transportada
agora não chovia ainda em Minas
mas já a grande mão ali pousava
a mão que moldaria nas colinas
Ouro Preto

Eu vi no ar brilhante a trajectória
das chuvas que trouxeram quantidade
de gestos, arquitectos da memória
aos poucos pondo o rosto na cidade
de Ouro Preto, Ouro Preto

O líquido suspira pela terra
formando gota a gota o casario
as formas que a paisagem não encerra
são corpos que na tarde acaricío
em Ouro Preto, Ouro Preto

Sentado na soleira desmaiado
uni-me com a estátua que me beija
a mão que me talhou, do Aleijado
sentou-me encandescente em sua igreja

Raiz que reconheço também minha
ou âncora por vezes já sem ná
eu chego aqui como antes já não vinha
em Ouro Preto eu não me sinto só
Ouro Preto, Ouro Preto

E para acabar (por agora) uma das minhas preferidas:

A Noite Passada



A noite passada acordei com o teu beijo
descias o douro e eu fui esperar-te ao tejo
vinhas numa barca que não vi passar
corri pela margem até à beira do mar
até que te vi num castelo de areia
cantavas "sou gaivota e fui sereia"
ri-me de ti: "então porque não voas?"
e então tu olhas-te
depois sorriste
abristes a janela e voaste

a noite passada fui passear no mar
a viola irmãcuidou de me arrastar
chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
olhei para baixo, dormias lá no fundo
faltou-me o pé, senti que me afundava
por entre as algas teu cabelo boiava
a lua cheia escureceu nas águas
e então falámos
e então dissemos
aqui vivemos muitos anos

a noite passada um paredão ruiu
pela fresta aberta o meu peito fugiu
estavas do outro lado a tricotar janelas
vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
cheguei-me a ti, disse baixinho "olá"
toquei-te no ombro e a marca ficou lá
o sol inteiro caiu entre os montes
e então tu olhas-te
depois sorriste
disseste "ainda bem que voltaste"